sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Triste, muito triste...

Hoje eu to mto triste.

Um dos gatinhos que cuido em uma igreja perto de casa sumiu ontem à noite. Fugiu, na verdade.

Me chamem de radical, mas gato não deve ter acesso a rua e ponto. Eles não foram feitos para viverem livres pela cidade. Pode ser que tb não tenham sido feitos para viverem em apartamentos e casas teladas, mas já que a humanidade foi lá, prendeu e domesticou, então que agora aceite as condições que deve fornecer para que estes bichinhos possam viver a melhor vida possível.

Não consigo parar de pensar nele correndo de um lado pro outro, se afastando, passando fome, sede e medo.

Estou um caco.

Para completar, pedidos de ajuda. Gente, o que eu posso fazer que vcs não?! Não estou generalizando, ok? E nem me refiro precisamente a vcs, queridas (os) leitoras (es) deste blog. Me refiro ao povo que me conhece pelo face ou de vista e vem me pedir socorro. Essas coisas só servem pra estragar meu dia, me fazerem sentir o tamanho da minha impotência e impossibilidade e eu sofro. Hoje está difícil de conseguir lidar com tudo isso.

Fico de saco cheio de gente que quer transferir problema, que quer fazer caridade as custas dos outros. Eu agradeço aos céus por estas pessoas não serem  completamente indiferentes, por estarem tentando de alguma forma estender a mão e tomarem responsabilidade por essa situação caótica que a gente vive, mas não adianta fazer serviço pela metade, né? E nem adianta querer se vangloriar e bater no peito por ter auxiliado um resgate se o objetivo final é passar pra frente o animalzinho e só. Deixar que alguém cuide, assuma os custos, etc.

É triste pensar nestes termos, mas eu não sou milionária e nem rica. Sou uma pessoa que trabalha e rala mto para ter alguma coisa na vida. Nada de mão beijada, então sim, parte do motivo de eu não poder ajudar mais é falta de grana, ora. A outra parte é falta de espaço, de tempo, de tudo o que falta pra quem não faz nem nada.

Se cada um fizesse um pouco...ah, que sonho! O todo funcionaria.

Outro dia lí um post num blog da Resgatinhos, de Campinas, que é a mais pura verdade muito bem expressada. Vou copiar e colar aqui e quem quiser conhecer a Resgatinhos é só clicar no nome deles.

" A ilusão dos abrigos e dos grupos de Proteção


Todos os dias recebemos dezenas de emails pedindo ajuda. São pessoas que encontraram um gatinho na rua/lixo, ou abandonaram uma ninhada na porta da casa delas. Também recebemos denúncias de maus-tratos. Muitas dessas pessoas nos escrevem perguntando como resgatar e cuidar desses animais, como denunciar os maus-tratos, como divulgar para doação. E ficamos felizes em orientá-las nesse trabalho, que deve ser de todos, porque nós, sinceramente, não temos estrutura para dar conta nem de um décimo desses pedidos.

Por outro lado, existem aquelas pessoas que nos escrevem informando que resgataram um gato, mas não podem ficar com ele e se não formos buscar imediatamente elas serão ‘obrigadas’ a colocá-lo de volta na rua (assim como foram ‘obrigadas’ a resgatá-lo?). Ou que na casa vizinha, que está fechada, apareceram alguns gatos, vocês precisam vir buscar imediatamente antes que nasçam mais ninhadas e vire um problema (pra quem?). Assim mesmo, dando ordem, como se essa fosse nossa única ocupação e tivéssemos a obrigação  de parar tudo o que estamos fazendo e ir até lá (não importa que seja em outra cidade até), enquanto elas simplesmente assistem de camarote e depois estufam o peito pra dizer pros amigos: ‘ontem resgatei um gato’. E nossa, como ficam indignadas quando dizemos que não temos vagas e portanto não podemos ir resgatar o gatinho! Algumas chegam a partir pra ofensa.

Se você alega que não tem espaço para acolher um animal temporariamente, porque ‘já tenho um gato’, ou ‘moro em um lugar pequeno’, ou ‘não tenho condições financeiras’, o que o faz pensar que os protetores têm? Se você tem um ou dois gatos, o protetor deve ter pelo menos uns 10 na casa dele…que provavelmente é tão pequena, senão menor, do que a sua. Se você não tem condições financeiras, imagine o protetor, que gasta tudo o que tem e não tem em tratamentos veterinários e ração com bichos que sequer são dele. Ou você acha que eles moram todos em mansões gigantescas e nadam em dinheiro? Porque ao que parece é isso que algumas pessoas pensam, que os grupos de proteção contam com enormes subsídios do governo, recebem milhares de reais em doações todo mês, tem instalações iguais a de hotéis 5 estrelas, com espaço para acomodar dezenas e dezenas de animais, e portanto, têm a obrigação de resgatar todo e qualquer animal…inclusive aquele que está sendo abandonado por uma dessas tais pessoas, porque ela ‘vai mudar e não pode levá-lo’.

Gostaríamos muito de poder entrar no super cat-móvel, ligar as sirenes e ir correndo buscar esses gatinhos, levá-los a uma super clínica onde uma equipe de veterinários e equipamentos especializados estaria à nossa disposição, e ainda acionar a polícia de proteção animal para autuar e prender os suspeitos de maus-tratos, que seriam realmente presos e/ou multados de acordo com as leis, mas…peraí, parece que já vimos isso na tv, não é? Ah, chama-se Distrito Animal, passa no canal por assinatura Animal Planet, e mostra uma realidade que está mais longe da nossa do que a lua da terra. Mas as pessoas se iludem, e acham que aqui no Brasil as coisas são assim também. Doce ilusão.

As pessoas nos perguntam assim: “se vocês não podem resgatar, pra onde podemos levar então?”. Gente, entendam de uma vez por todas: não existe um lugar para onde vocês possam levar, isso no nosso país simplesmente não existe! Não existe um lugar seguro para levarmos os animais. Com exceção de raríssimas prefeituras que tentam manter um programa razoavelmente decente de castração e adoção, não existem abrigos públicos bem estruturados. Não existe um grupo privado de proteção animal do porte da ASPCA dos Estados Unidos, que conta com mais de um milhão de associados contribuintes e principalmente com a cooperação do poder público e até do judiciário (as multas e fianças aplicadas por maus-tratos são revertidas para a instituição). Se com tudo isso ainda são sacrificados anualmente cerca de 3,5 milhões de animais nos EUA (dos 5 milhões resgatados), imagine aqui o que acontece. Sequer estatísticas confiáveis nós temos! Os nossos CCZs de modo geral são um campo de concentração, e quem entra lá dificilmente sai vivo. Além disso, não podemos esquecer que a função original do CCZ nunca foi de resgate e adoção, mas sim de controle de zoonoses, como o próprio nome diz. Muitas vezes é difícil até de convencer os bombeiros a irem resgatar um gato preso em uma árvore, ou na tubulação de esgoto.

O que existe aqui são indívíduos, ou grupos de indivíduos, que fazem das tripas coração para conseguir amenizar esse problema gigantesco que encompassa o descaso, desrespeito, abandono, maus-tratos e superpopulação de animais. Atenção para a palavra operante aqui: amenizar. Porque solucionar, isso não acontecerá nunca, por mais animais que sejam resgatados. Aqui ninguém tem um super cat-móvel. Não existem políticas de castração, as leis não são aplicadas. O poder público não disponibiliza um lugar salubre, adequado e equipado para acolher todos esses animais, nem profissionais preparados para isso, e tampouco está disposto a ajudar as iniciativas privadas nesse sentido. E principalmente, não existem lares para todos esses animais, as taxas de natalidade e abandono são infinitamente maiores do que qualquer taxa de resgate e adoção.

Alguns poucos grupos ainda se arriscam a manter abrigos, que estão sempre na sua capacidade mais do que máxima principalmente porque acabam virando ponto de abandono. Outros poucos grupos, como o nosso, contam com algumas vagas em clínicas veterinárias, o que limita muito o número de animais resgatados mas pelo menos oferece a eles condições controladas de acomodação e cuidados. A maior parte dos protetores, no entanto, sejam eles independentes ou voluntários em ONGs, acomoda os animais da maneira que dá no pouco espaço que tem, e manter esses animais com um mínimo de dignidade nessas condições é uma luta hercúlea, poucas vezes vencida. A gente sempre ouve as pessoas dizerem que se um dia ganharem na loteria vão montar um abrigo, sem terem a menor idéia do que isso implica, como se resgatar e cuidar de bichinhos de rua fosse uma coisa romântica, como se você fosse passar o dia inteiro brincando com filhotes fofos e felpudos. Pois montar um abrigo é a maneira mais rápida e certa de ver todo o seu dinheiro, saúde e sanidade emocional irem embora.

Não existe milagre. Uns poucos não dão conta de realizar o trabalho que deveria ser de toda a sociedade, a começar com a educação e conscientização da mesma. Não é justo cobrar exclusivamente dos grupos de proteção animal o que deveria ser também responsabilidade do poder público, e de consciência da população. Protetores são pessoas como você, eles também têm problemas no trabalho, problemas pessoais, problemas de saúde, dificuldade para pagar as contas, também moram em uma casa pequena, mas mesmo assim se voluntariam, por amor aos animais. Eles não só não recebem nada por isso, mas pagam um alto preço, e ainda tem que viver com a incompreensão e críticas da maioria das pessoas que os cercam, inclusive (ou principalmente) de familiares, e o pior, viver com a sensação permanente de impotência, a realização de que não importa o quanto se faça, nunca será o suficiente. E apesar disso, continuam fazendo o que dá. Por pouco que seja, fazem a parte deles. Faça a sua você também."

E ta aí mais uma proposta de reflexão.








7 comentários:

  1. O pior é transferir para você mesma a culpa de não fazer nada, mas pelo fato de não ter como fazer mesmo, como você disse: não ter espaço, ser outra cidade, não ter mais condições, etc. As pessoas conseguem te fazer sentir pior do que você já se sente. É muita maldade para um ser humano só!!

    Se cada um fizesse um pouco que fosse, parasse de pensar apenas nos próprios problemas (alguns que chegam a ser tão pequenos...), teríamos menos abandono em todos os sentidos (de animais a humanos).

    Foi um belo desabafo!

    Beijos!

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    1. Lívia, obrigada pelo apoio. Me sinto mal usando este espaço para isso, sabe? Minha intenção é sempre manter o blog o mais leve e alegre possível, mas poxa, as vezes eu não consigo me segurar, sinto vontade de chorar e berrar e, como não vou fazer isso com ninguém, eu só achei aqui no blog um espacinho mesmo!
      :)
      Bjs no seu coração!!!

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  2. Gente começou a vir na minha casa um gato angorá e eu estou muito preocupado com ele pois está saindo sangue da boca dele será que alguém tem alguma dica ?e ele se lambe muito da uma pena dele ele muito querido

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  3. Gente começou a vir na minha casa um gato angorá e eu estou muito preocupado com ele pois está saindo sangue da boca dele será que alguém tem alguma dica ?e ele se lambe muito da uma pena dele ele muito querido

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  4. Oi..
    Ontem achei um gatinho recém nascido na rua e estou cuidando dele, mais acho que tem liquido no narizinho dele o que faço?

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  5. Oi..
    Ontem achei um gatinho recém nascido na rua e estou cuidando dele, mais acho que tem liquido no narizinho dele o que faço?

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  6. Olá.. Boa tarde.
    Tenho uma gata, que a unas dias começou a sangrar muito por trás, e esse sangue cheira muito mal, ela também não está andando muito bem. Consequentemente fica quieta num cantinho o tempo todo, imagino que ela esteja com dor. Minha família está sem condições de leva-la ao veterinário.. Preciso de ajuda, o que posso fazer pra ajuda ela??!!

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