terça-feira, 30 de julho de 2013

A História da Angela e seus 86 Filhinhos

No dia 15 de julho deste ano a proteção animal perdeu uma de suas ativistas e guerreiras, Angela Spregacini.

Angela é antiga conhecida no meio da proteção animal. Eu mesma nunca tive a oportunidade de ter contato com ela, cheguei ao meio tarde demais, quando ela já havia se tornado uma pessoa triste, deprimida, solitária e colecionadora de animais.

Todas as pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer a Angela afirmam que ela sempre teve bom coração e durante muitos e muitos anos agiu da forma correta e razoável: resgatando, cuidando, castrando e doando.

Infelizmente, devido a uma série de acontecimentos pessoais tristes, a Angela acabou perdendo a sua credibilidade no meio da proteção e finalmente terminou sua existência cercada pelos seus 86 animais e só. Nem família por perto e poucos amigos apenas.

Nada lhe restava mais. Nem vaidade, o que ela antes tinha, nem dinheiro, nem sapatos, nem alegria de viver exceto por eles.

Uma coisa no entanto ela carregou pra sempre, o amor por todos estes animais que ela acolheu e fez de tudo sempre para manter cuidados, alimentados e felizes.

Se você ainda não ouviu falar a respeito deste problema de Colecionismo de Animais, aqui abaixo está um texto escrito por um psicólogo, explicando do que se trata, como surge, como é identificado e como deveria ser tratado e abordado.

Na prática a maioria das pessoas que sofrem deste transtorno possuem poucos recursos e a quem recorrer. É um poço sem fundo e foi para lá que a Angela foi antes de falecer.

O ponto principal desta introdução toda é chegar aos animais que ela abrigava na Chácara da Gata Preta – seu recanto em Ibiúna, interior de São Paulo.

Com o seu falecimento, houve comoção por parte de pessoas como eu e vc, que visitaram a chácara e puderam ver de perto o sofrimento tanto da Angela, quanto dos seus filhinhos.

Falta de recurso, higiene precária, muitos animais doentes, subnutridos, desidratados, carentes de carinho e atenção (por mais que ela amasse demais cada um deles, quem consegue dar atenção para 86 ao mesmo tempo?).

Animais que nasceram em gaiolas e permaneciam em gaiolas desde então, há meses, animais sem conforto para dormirem, se aquecerem neste inverno horroroso que estamos vivendo, sem nada e agora sem ela...

Eu sempre insisto que nós temos que ter freio. Como disse uma sábia do meio, todas nós, protetoras, temos um pé no colecionismo, porque onde cabe um, cabem dois, onde cabem dois, cabem três e a conta vai crescendo. Todas temos que nos vigiar...

Temos também que compreender que não seremos eternas, então para que adotar um novo filhote aos 79 anos, por exemplo? Porque ter 18 gatos em casa (mesmo que próprios) se corremos o risco de morrer antes deles? Temos que prever em vida o que será feito com eles no caso de nossa morte. Vc aí já parou para pensar nisso?

Pois bem, nenhuma ONG pode acolher estes 86 animais, é claro, mas pessoas lindas estão cada vez mais se unindo e assumindo a responsabilidade de prover e encaminhar estes animais.

Existe uma página no Facebook com fotos, informações e toda a lista de necessidades que possuem no momento. Jantar beneficiente para arrecadação, rifa e outras formas de ajudar estão sendo criadas e desenvolvidas e tudo o que precisamos agora é seu apoio!

Contribua, por menor que sua contribuição possa lhe parecer (para quem não tem nada, pouco é muito e de pouco em pouco é que tudo acontece mesmo).

Compartilha este caso com quem vc sabe que pode querer ajudar. Precisamos tirar estes animais destas condições precárias para sempre, precisamos dar um futuro e um final feliz para eles e precisamos honrar o trabalho, dedicação e abnegação de uma pessoa que escolheu por fim viver por eles e para eles.




Aqui algumas fotos de um mutirão de limpeza e "reconhecimento" dos animais, em 27.07 - fotos da amiga Carol Benitez.

Antes da Faxina - parte da chácara

caixa de "areia" 

"oin. vc veio me ajudar?"

branquinho doentinho

cachorrinhos unidos

fofuro

"to com fome, to fraquinho"

"sou uma lindeza e preciso de uma casa"

"tb sou uma lindeza diferentona que precisa de uma casa. aposto que cara mais linda que a minha vc não conheceu ainda!"

pretinho muito doente

caminha dos gatinhos

uma senhorinha fraca, faminta e sarnenta - gritando SOCORRO com o olhar.

nasceram em gaiolas e por lá continuam


Sobre o Transtorno de Colecionismo de Animais, por Tiago Villano - psicólogo e gateiro.

"Hoarding (colecionador de animais) é uma patologia psiquiátrica, que é caracterizada por uma excessiva acumulação e retenção de animais até eles interferirem no dia a dia, como o cuidado com a casa, saúde, família, trabalho e vida social.

É uma doença da família do tipo obsessivo compulsivo, porém pode também ser relatada como transtorno do controle do impulso, que são: 

• comprar compulsivamente; 
• depressão; 
• ansiedade social; 
• transtorno bipolar.


Há os acumuladores de coisas e os acumuladores de animais. 
Os acumuladores de animais, (animal hoarders), são pessoas que necessitam de cuidados psicoterapêuticos e psiquiátricos, porém há pouca literatura médica a respeito. 

Essas pessoas tem dificuldade em pensar racionalmente, tomar decisões básicas e de tomarem conta de si próprios, juntamente com os animais. 

Algumas estatísticas interessantes a respeito:
 • 76% são mulheres.
 • 46% têm 60 anos ou mais. 
• A maioria é de pessoas solteiras e mais da metade vive sozinha. 
• Em 69% dos casos, fezes e urina de animais estavam acumuladas nas áreas sociais da casa. Em mais de 25% dos casos, a cama do acumulador estava suja com fezes e urina. 
• Animais doentes ou mortos foram descobertos em 80% dos casos relatados, ainda que em 60% dos casos os acumuladores não reconhecessem o problema.


Muitas podem ser as causas: conflitos, traumas, culpas, angústias, problemas de relacionamentos, etc.

Como diagnosticar? Simples. A qualidade de vida dos animais e de si mesmo é um indicativo. 

A pessoa geralmente possui um grande número de pets – na maioria das vezes, cães e/ou gatos – e não garante as necessidades básicas de todos eles como alimentação saudável, higiene e cuidados médicos. 

A pessoa geralmente não entende ou não quer enxergar a deterioração da higiene, da saúde dos animais e do ambiente em que vivem, ou seja, qualidade zero. 

Também podem se mostrar incapazes de dizer “não” para a chegada de novos animais, mesmo que a situação já esteja impossível. A pessoa tende a esquecer de si próprio em meio a sua compulsividade e não admite geralmente ter esse conflito por parte de uma pessoa de fora. 

O tratamento e a ajuda de familiares é importrantíssima, junto com ajuda de psicólogos e médicos."

Se vc conhece alguém sofrendo deste problema, não vire suas costas, não feche seus olhos. Ajude e procure ajuda!

Dr. Tiago Villano, psicólogo Clínico e Hospitalar - tel. (11) 5571.9055

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Lembram da Suyanne do resgate do Simba? Conheçam o Cascão!

Oi queridos e queridas!

Tudo bem?

Vcs se lembram de um post escrito pela amiga Suyanne a respeito do seu primeiro resgate e seu primeiro filho gato?

Foi um post que trouxe muita emoção a todos que leram. Final feliz e tudo mais. Leiam aqui!

E não é que Suyanne ganhou de presente dos céus mais uma missão da qual não fugiu?

Conheçam agora o Cascão, o irmão do Simba pela narrativa da Suyanne mesmo:

"Nesta sexta-feira, dia 05, fará uma semana que o lindinho do Cascão entrou na nossa vida. Você pode achar que se trata do boneco famoso da Turma da Mônica do Maurício de Sousa, mas a semelhança é só no nome, pois nosso Cascão é um bebê gatinho preto de 4 semanas. O nome foi dado pelo meu filho Guilherme que é fã do Cascão, da Mônica, do Cebolinha, da Magali, da turminha toda. 

Então, eu e meu marido estávamos nos dirigindo à escola do Gui para buscá-lo e até um pouco mais cedo do que o de costume. Foi quando ao estacionar o carro meu marido viu o filhotinho sendo manipulado por um bando de adolescentes da escola, passando de mão em mão e sendo carregado das maneiras mais incorretas possíveis. Descemos do carro e fomos até o grupo e pedir que parassem de mexer no gatinho. Eu tentava, em vão, convencer alguém ali a levar o bichinho para casa para adotá-lo e tal. E enquanto isso o gatinho nos olhou e veio para as pernas do meu marido que o agarrou e fez um carinho. Ali ficamos comovidos com aquela situação de abandono. Entramos na escola e fomos pegar o Gui. Já do lado de fora fomos mostrar o gatinho a ele e a primeira reação dele foi pegar o gatinho e colocar no colo.

Tentamos conversar com o Gui e explicar que para nós seria difícil ter mais um bichinho para cuidar (já temos 3 em casa) e tal... e a criança começou a chorar dizendo que queria um bebezinho para cuidar. Tiramos o bebê de perto do grupo de adolescentes e colocarmos ele numa casa que estava à venda (sei que não era o correto, mas estávamos processando toda aquela situação e tentando decidir o que fazer, como fazer) e vendo o nosso Gui chorar muito e o gatinho a escapar pelo portão implorando por uma mão que o pudesse escolher....

Foi então que ao somar os anseios do Gui (em adotar o gatinho) e do bebê (em ser adotado) é que voltamos atrás da ideia de não adotá-lo e decidimos pegá-lo para nós. Meu marido pegou o gatinho e o colocou no colo do Gui. Meu filho ainda com as lágrimas a escorrer pelo rosto, acarinhou o bichinho e disse : “Não se preocupe bebezinho que vamos cuidar de você”. E aí quem chorou fomos nós com a atitude de nosso menino.

Chegando em casa nem tive tempo de separar o gatinho do nosso Simba, pois Guilherme tão feliz por estar com o bebê e como todo mocinho anfitrião tratou de apresentar os gatinhos. Confesso que Simba não teve a mesma cortesia intencionada pelo Guilherme (risos). Mas agora que estavam juntos era observar os dois e seguir as orientações do nosso anjo May. Foi uma tarde de desassossego aqui em casa. Esperava ansiosa pelo sábado de manhã quando levaríamos os meninos para vermífugar e tirar as dúvidas sobre o sexo do bebê (eu dizia q era macho e meu marido apostando ser fêmea e se fosse fêmea o nome escolhido pelo Gui era Kiara). No vet, eu ganhei a aposta, quer dizer não ganhei nada, mas o meu palpite de que era menino estava correto. E agora nesta semana de adaptação Simba e Cascão se dão muito bem. Brincam, dormem juntos, se lambem e todos nós felizes por eles estarem bem. Os próximos passos agora são as vacinações e a castração de ambos.


E diante de tudo isso, além de ser grata a Deus por esta mega família que tenho, é pedir ao Papai do Céu agora que nos assegure os recur$o$ para apadrinhar animais e lutar por projetos que garantam dignidade aos bichinhos."

Amém, Suyanne! Com todo esse bom coração eu tenho certeza que ele ajudará!

Agora baaaaabem nas lindezas que são o Gui, o Cascão e o Simba.


miniatura pretinha 

toooodo descabelado...é mto bebêzinho!!!

lindo Gui, iluminado e de bom coração desde sempre.

Simba, que é nenê, parece imenso ao lado do Cascão

sorte grande do pretolícia: além de ser adotado, ganhou um irmão peludo travesseiro.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

O conto da casa nova da Micaela

Era uma vez uma persinha linda e não castrada, mas que não dave nem sinais de cio (persas demoram mais para terem o primeiro cio normalmente, em comparação com os nossos queridos SRD). O nome dela é Mary.

Oin! Sou a linda da Mary. Entrei no CIO, mas não mostrei pra ninguém!

Tempo vai, tempo vem, a persinha teve um breve namoro as escondidas com um siamês lindo da vizinhança e ficou gravidinha.

Pouco tempo depois, presente do papai do céu mesmo, chega ao mundo no dia 24 de dezembro de 2009 a Micaela e mais dois irmãozinhos lindos, lindos como ela.

A Mica foi a única de pelagem mais curtinha da ninhada, os outros dois irmãos nasceram red point de olhos azuis e pelagem longa de persa. Ela tb era a mais miudinha, mais fraquinha, aquela que precisava de força para mamar e por isso foi a xodó mimadinha desde o início!

Bambam, irmão de Mica

Mica bebê


Linda Mica menininha criancinha

Um dos irmãozinhos foi doado, mas a família, amorosa que é, ficou com a Mica e com o Bambam, além da mamãe Mary.

Mica foi crescendo e ficou uma gata linda e muito carinhosa, mas desenvolveu uma bronquite severa. 
A senhorinha mamãe de Mica e a Gi, filha da senhorinha, uma pessoa linda e bondosa, cuidaram de Mica como puderam. Levaram em mil veterinários, fizeram mil exames e tratamentos, mas nada da Mica melhorar.

Um dia a Gi ficou sabendo do meu Banzé e concluiu que apesar da tristeza em ter que tomar esta atitude, uma nova casa seria o ideal para Mica, já que apesar de todos os esforços e tratamentos, amor e muita dedicação, a Mica não dava nem sinais de melhora e tinha que ser tratada com corticoides - veneno, coitadinha!

A mãe da Gi é uma senhora de idade e de saúde comprometida, então por mais que se dedicasse a limpeza do ambiente, não dava efeito para a Mica, porque acima de tudo a casa é muito úmida e com isso, possíveis crescimentos de fungos em paredes e locais difíceis de limpar eram impossíveis de serem evitados.

Pois bem, um dia Gi me pediu ajuda e eu, calejada que sou, tive a reação de quase toda protetora: Mas por que?!?!

Depois fui entendendo e hoje, depois do que vivi no sábado com a Gi, Mica e a nova mamãe da Mica, a Marcia, compreendo o quão iluminada a Giselle foi em sufocar a dor no peito, as lágrimas dos olhos e me entregar a Mica para um novo destino.

A Marcia ama animais, tem um cachorrão lindo, o Felipão, que mora na casa da mãe, mas que é um xodó, super bem cuidado, mimado e loucamente amado.

Felipão, tio da Mica.

Apesar da Mica ser azul, o que basicamente garante rapidamente adoção para qualquer gatinho, ela não teve muita gente interessada por conta da bronquite, mas a Marcia não teve medo. Aceitou de peito aberto a pequena e mesmo antes dela chegar na casa nova já estava falando da sua filhinha no Facebook.

O sábado foi de muita emoção. Quase não dormi, madruguei pensando em que horas a gatinha chegaria, em quais condições, se a Gi era uma pessoa legal mesmo e se a Marcia tb era.
Tudo parecia perfeito, mas a gente só acredita, divulga e aceita a vitória quando ela é real e completa, né? Já cansei de ver adotante parecer sonho e virar pesadelo num piscar de olhos.

A Gi chegou. Meu coração se acalmou - uma pessoa com mta luz. A Mica quietinha, boazinha, linda de doer na caixinha e nossos corações partidos com tudo aquilo. A Gi chorou. A Gi tentou, a Mica estava separada de sua mãe, dos seus irmãos e da sua família até então.
Um misto de angustia com tristeza, fé, esperança e muito amor.

Lá fomos para a casa da Marcia. Como tudo depende de corrente do bem, a minha amigairmã Denise fez a entrega da Mica comigo.

Casa gostosa, astral de paz e mta tranquilidade, janelas, ar, sol...a Mica ficou tímida, não quis sair do transporte no começo, depois saiu, foi pra baixo do sofá, colocamos sua cobertinha, com seu cheirinho no chão e ela se enfiou embaixo.

Apresentamos caixa de areia, comida, espaços, brinquedos e caminha nova, então a Mica se entocou na cama nova, com a cobertinha por cima e por lá ficou um tempo.

Agora Mica já está faceirinha. Passeando pela casa, usou a caixinha de areia direitinho, seguiu a mamãe pela casa um pouquinho e até dormiu no pé da cama.
Nem sinal de tosse, nada de peito chiado. A bronquite parece que nem existe.

Agora é vida nova pra todo mundo. Feliz e cheia de amor.

Queria reforçar aqui a bela atitude da Gi, que nos trouxe a Mica com mil recomendações, ração, cobertinha, amor e um histórico médico imenso, de muita dedicação.

Aprendi que não podemos mesmo julgar as pessoas nestes casos, em que elas querem doar seus próprios animais pelo bem deles. A Gi em momento algum quis tirar a responsabilidade das suas costas, ela quis apenas que sua menininha pudesse ter qualidade de vida. 

Isso é amor, gente. Se isso não é, não sei mais o que pode ser.

Que fique aqui a mensagem. Adotar um gatinho adulto é maravilhoso, a Mica está feliz e brincalhona na casa nova, cheia de saúde e boas perspectivas. A bronquite não é limitante e nem determinante para nada e o medo e preconceito são mesmo uma porcaria.

Que mais Giselles e mais Marcias surjam neste mundo para outras Micaelas por aí.

Que eu possa sempre ser um veículo do bem nas mãos de Deus e estar cercada de pessoas que colocam seu dedinho abençoado nas histórias e mudam vidas, como a Sheyla, que é amiga da Marcia e que fez o compartilhamento que trouxe para a Mica uma nova vida e como a Denise, que sempre me apoia, está sempre comigo comprando brigas e que se propôs a levar a Mica para a casa nova.

Um beijão para vcs e babem nas fotos da lindeza da Mica.

cheguei num sei onde.

to chateada, me deixa aqui!

vai me deixar em paz ou quer que eu desenhe?

tá bom, vou dar uma sapeada. onde é que eu to?

nem vem com esse pote de sachê, não. daqui eu não saio!!!

caraca! quem é essa maluca me apertando!? vcs tão de brincadeira comigo! 

ai, ai...se eu fosse um pouco maior...ela ta me chamando de filhaaaaa!!!!!

ta legal. essa caminha até que é gostosa. pode me deixar aqui e sair andando, vai!

uaaaat???

o que mais vcs querem de mim? eu quero a minha privacidade!

agora tampa a minha casinha com a minha cobertinha e vai embora!

tia chaaaata! me tirou da minha outra mãe e ainda me aperta assim!?

essa aí é legalzinha. é a tia da carona, mas nunca mais quero que ela me leve pra lugar nenhum. acho que to bem aqui e pretendo ficar.