terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um grito


To super emocionada. É um daqueles textos que começam como um desabafo acima de qualquer coisa. Depois vc lê, relê, edita e talvez publica. O objetivo é ventilar e quem sabe se alguma pessoa que estiver aí lendo puder se conectar, puder sentir um pouco e puder tomar alguma atitude que lhe caiba, que bom. A small victory. Se não, tb não tem a pretensão de apontar o dedo na cara de ninguém e dizer: “vc deveria fazer alguma coisa, tomar partido, lutar alguma luta!”. É pura e simplesmente um desabafo. O segundo neste blog.

Na semana passada tomei conhecimento de um caso de 10 cães vivendo com seus tutores nas ruas. Uma pessoa pedia comida para os cães. Não me aprofundei no caso das pessoas naquele momento, pois já sabia que por elas poderia fazer pouco e por elas já tem gente fazendo.

Esta era a foto do pedido de ajuda - casal vivendo na rua (no caminhão, no caso) com seus mais de 10 cachorros - precisam de comida.

É sempre pouco. Sempre pouco pelas pessoas e menos ainda pelos animais. Eu escolhi na vida cuidar deles com o pouco que posso fazer. Não é por falta de amor aos seres humanos (não que eu seja capaz de amá-los o tempo todo), mas por amar mais aos animais. Amor gratuito, visceral e puro. Amor que a gente sente no corpo e na alma ao mesmo tempo e pode até pensar que vai explodir. Esse amor. Amor sentimento, sem depender de alguma razão.

Pois bem, uma amiga de batalha, a Flavia, topou comprar comida pros cachorros comigo. A gente faria um pedido numa pet virtual do mesmo tipo de ração e depois quando chegasse a gente se viraria, já que nenhuma das duas tem carro, pra levar a ração pros cachorros.

Pois bem, quando nos deparamos com nossos sacos de 15kg de ração percebemos que a “encrenca” era maior. No caso bem maior e pesada!

A Keka, minha amiga que mora nas redondezas de onde este casal está acampando e tb companheira de batalha, se ofereceu para entregar. Tudo resolvido. Corrente do bem: ração comprada, entrega programada e cachorrinhos alimentados.

A Kátia, pessoa que postou o primeiro apelo no Facebook me contou que a Record tinha ido gravar com eles e hoje me mandou o link do vídeo. Se quiser ver clique aqui!

Finalmente tomei conhecimento da realidade total destas pessoas e animais. A emoção tomou conta de mim e aqui estou eu. O lance todo foi ter visto o vídeo e entendido.

a "casa" do casal de senhores e seus cachorros

Foi ter tido contato com todas as sensações que te tomam ao se deparar com uma realidade destas. Pelas pessoas e pelos animais.

Aquelas te levam a falar com Deus, a chorar, a se questionar, a querer dar um grito pra todo mundo ouvir, a de sentir o peso de precisar fazer alguma coisa, a de perceber que esta situação tb te pertence de alguma forma, porque este é o mundo em que vc vive, este é o seu país, esta é a sua prefeitura, este não é seu dinheiro sendo utilizado devidamente...

Aquela sensação que te faz querer fazer alguma coisa, seja para pressionar as autoridades desta nação, seja  pressionar as pessoas a pensarem fora da casinha e assumirem alguma responsabilidade de alguma coisa nessa merda toda em que vivemos - pode ser votando melhor, cobrando melhor, compartilhando alguma coisa absurda como estas, doando comida pra essa senhora,  um pedacinho de terra, oferecendo um emprego de caseiro pra eles, comida pros cachorrinhos, sei lá!

Bem, acho que afinal eu me sinto apontando um dedo mesmo...

Dá sempre pra pensar em ser útil e ser. Aprendi isso com a Juliana, uma das fundadoras do Adote um Gatinho.

Dentro do seu propósito, dentro da sua limitação. Ninguém precisa pegar esse casal, levar pra casa e cuidar. A gente só precisa se educar, lutar, escolher melhor e nunca esquecer que nada disso que a gente "tem" é nosso, dividir um pouco é só o que precisamos...

Enfim, fiquei louca. Estou até agora. A Keka me disse palavras que me fizeram mais calma e as quais gostaria de compartilhar com vcs (mais isso!), pq sei que muita gente que frequenta este blog tb é formiguinha:

“trabalho de formiguinha amiga... o beija-flor jogando agua com seu mini bico.
mas alguém tem que começar por algum lugar, né?
vou levar uma comidinha pra eles. e a ração pros de 4 patas.
estamos fazendo algo, formiguinha!!! fique tranquila e em paz com o que está ao seu alcance!
e de pensar que tem gente que não faz puerra nenhuma... e poderia fazer TANTO!
um beijo!”

Agora o que mais eu posso fazer? Ela está certa.

Agradeço a Deus pelas oportunidades que me dá de fazer alguma micro coisinha que seja, agradeço a ele por umas amigas como estas, que tb pensam assim e que fazem parte de uma Corrente do Bem e sei lá, choro as pitangas por aqui neste blog pensando que muita gente pode me achar uma hipócrita, muita gente pode achar que é fachada, muita gente pode achar que eu quero só bombar meu blog (ai se eu quisesse, né? Não to sucedendo! Sei que existem poucos e amados frequentadores. Obrigada. É com vcs que eu falo sempre!), mas a verdade é que eu precisei colocar pra fora mesmo, do meu corpo e do meu coração. Eu penso tb que ficar quieta não ajuda em nada mesmo, então essa é a minha tentativa de falar com as pessoas que não fazem parte do meu ciclo...

Tem aquela frase que pessoas que fazem sua parte e que me inspiram muito sempre usam e que foi dita por uma pessoa que mudou o mundo: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons” – Martin Luther King.

Pois bem. Dei meu mini gritinho virtual...alô? Alguém “ouviu”? To por aqui...

3 comentários:

  1. Eu ouço formiguita!
    E a real é essa que vc falou... tanta merda no mundo, e a gente não vai conseguir resolvar todas mesmo! Então, vamos fazer o que dá, que já tá bom de mais... ah se todo mundo fizesse e tivesse esse coraçãozão seu aí.
    É nózes!
    Beijo

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  2. Também me sinto frustrada e revoltada com uma série de coisas que vejo acontecendo ao meu redor. Trabalho no serviço público e às vezes me sinto mal por ter que me calar ou ser conivente com coisas com as quais não concordo. Mas também acho que fazer um pouco, aquilo que estiver ao meu alcance, de alguma forma está contribuindo pra melhorar o mundo em que vivemos.
    Beijos

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  3. Acho que precisa ter mais amor no mundo e confia~ça uns nos outros. Infelizmente o que vemos é isso, pessoas que amam e que se dedicam e pessoas que roubam e são condenadas por isso ainda exercendo cartgos públicos com altos salários sendo pagos com o dinheiro dos impostos que nós pagamos. A posse do Genuíno hoje me deixa revoltada!!! E histórias como essa também...

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