Já contei a história do
Banzé e do
Juquinha, mas nunca a
dele, o precursor deste amor todo, o carinha que despertou em mim a necessidade
de lutar por eles, o Panqueca.
Há exatos dois anos atrás o Punk chegou ao mundo. A ninhada
começou a nascer às 11hs da manhã e foram 4 bebezinhos ao todo.
Nikitinha e seus bebês
O primeiro gato, pra muita gente, é a realização de um sonho.
Para mim não foi diferente.
meu mini bebezinho de veludo
Desde pequena eu amava gatos, mas nunca tinha visto um
gatinho cinza até que a bela Madalena, gata do meu amigo
Stefan, teve uma cria
com 7 filhotes – 2 deles cinzinhas, cabeçudinhos, descordenadinhos e
liiiiindos.
Na época eu morava com o meu pai, era mais ou menos 2004 e
eu não podia pegar um deles para mim. Foi sofrido ver todos aqueles bebêzinhos
que eu conheci desde o nascimento serem doados para outras pessoas e nada pra
mim...
Um dia a Keka nos contou que tinha uma gatinha muito linda e
dengosinha morando no prédio dela. Tinha sido abandonada ali ou encontrou
abrigo ali, mas começou a morar no jardim do prédio e algumas pessoas
alimentavam a pequenina.
Uma moradora chegou a levá-la para casa, mas como ela tinha
cachorro, devolveu a gatinha para o prédio pq eles não se deram bem.
A Keka não resistiu aos miadinhos e carinho dela e levou a
princesinha para casa.
Mamãezinha Nikita - coisinha mais delicadinha e linda
Dias foram se passando e ela engordava, engordava...
Pois bem, a gatinha estava gravidinha e esperou a Keka
voltar de viagem direitinho pra entregar seus bebês ao mundo. A Keka foi nos
atualizando a cada passo dado pela gata e nascimento naquele dia.
Panquequinha e Sapinho - companheirinhos desde pequenos
Acompanhávamos
online as emoções que ela estava vivendo pessoalmente. Foi intenso para todo
mundo.
Nascidos os 4 a notícia veio: um deles é cinzinha com o
focinho branco. Uma lindeza!
Eu tentei evitar de ir conhecer os bebês por um tempo, pois
sabia que não seria nada fácil resistir ao cinzinha. Eu tinha medo da responsabilidade,
tinha medo de não conseguir mais dormir (pq moro numa kit e se o bichinho fosse
noturno demais eu estaria lascada), tinha medo de não saber como cuidar, de não
perceber se estava tudo bem...enfim! Coisas de marinheira de primeira viagem,
né? Coisas que perdem a importância diante do amor que a gente sente por eles.
Quando fui meu coração bateu forte demais. Todos eram lindos.
Dia em que eu conheci o Panqueca - amor a primeira vista!
Eu disse que não queria nenhum. Não pegaria agora, que não
dava, que isso e aquilo e fui embora.
Fiquei com saudade imediatamente e não parava de pensar
nele. Pedia conselhos para todas as pessoas e tentava encontrar argumentos para
não pegar o gatinho para mim.
A Keka decidiu ficar com o tigradinho, o Sapo. Ele foi
menina pra gente por quase 3 meses.
Os outros 3 estavam para adoção.
Um dia eu e o Gil fomos visitá-los novamente e o tal do
cinzinha simplesmente não desgrudava do Gil. Aquele tiquinho peludinho escalou
o sofá até conseguir se aninhar no colo do Gil e dormir um soninho gostoso e
tranquilo.
O Gil foi derretendo, derretendo e caiu na graça do
bichaninho. Fomos para casa e no dia seguinte o Gil acordou, abriu os olhos e
disse: “imagina aquela coisinha cinzinha andando por aqui?”.
Aquilo acabou comigo. Por um instante fechei os olhos e vi a
cena. Não tinha mais jeito, ele estava adotado, mas eu queria taaaanto ele pra
miiiiim...
Liguei pra Keka desesperada, fiz drama pelo face, por e-mail
e levei a bronca (mto merecida): “Poxa, Meme, o gato estava disponível para vc
o tempo todo e bem agora que ele foi adotado por uma amiga minha super legal vc
quer ele? Vou falar pra ela vir aqui com a mente aberta, mas se ela quiser o
cinzinha, é dela. Ela chegou antes”.
Eu fiquei semi morta por dentro por alguns dias, com medo
que ela não aceitasse outro gatinho no lugar.
Os outros dois eram pretinhos, eu tinha certeza que ela iria
preferir o cinzinha.
Era uma sexta e a menina foi na casa da Keka conhecer os
filhotinhos. Ela escolheu o dela e levou o gatinho embora. A Keka me ligou e
disse: “vc já pode vir buscar o seu gatinho”. Eu não sabia com qual ficaria,
pois ela decidiria pessoalmente e eu ficaria com o que sobrasse. O meu sonhado
cinzinha ou um pretinho fofo.
A Keka não me contou quem era o meu gatinho até eu ir
conhecê-lo no sábado à noite. Imaginem a ansiedade de ter um gatinho e não
saber qual é???
Quando cheguei entrei desesperada caçando com os olhos o meu
nenêzinho. Encontrei o Punk dormindo em cima de uma casinha que tenho em casa
até hoje. Que Felicidade eu senti!!!
A gente achava que ele era meio lesado. Ele sempre sobrava
nas brincadeiras, era vagarosinho e chorava toda hora querendo atenção.
O gato perfeito pra morar sozinho, a gente pensava!
O nome Panqueca veio naquela mesma noite, porque ele saiu
correndo e se tacou na porta de vidro de cabeça umas 2 vezes. Panqueca das
ideias!!
Levei o bebê pra casa e daí em diante a vida ficou mais
bonita, mais feliz e cheia de amor.
levando minha coisinha pra casa!
Eu saia para trabalhar e meu coração encolhia no momento em
que fechava a porta com ele sozinho. Só voltava ao tamanho normal quando eu
chegava em casa à noite e via aquela carinha de pelúcia me esperando
alegremente.
O lesadinho acabou se revelando um capetinha. Ele era muuuuuito ativo e usava com toda a
força o poder das suas presinhas. Cravava os dentes sem dó em quem quer que
fosse e de vez em quando ficava todo arrepiado, com as orelhas viradas de lado,
encarando de baixo para cima. Ele atacava meu calcanhar, meu cotovelo, minha mão
ou onde conseguisse. Não podia mais dormir com a mão para fora da cama, pq eu
acordava com ele pendurado nela.
Escalava as minhas amigas, atacava as meninas de unha
vermelha, era pura ignorância! Foi apelidado de Satanás, Mico (porque pula
muuuuito alto e escala tudo até hoje), Tchoro (porque ele odiava um movimento que o Gil fazia com as mãos e parecia um touro indo pra cima morder) e
Locomia.
Tinha até um hino:
"mordo tudo, locomia!
como tudo, locomia!
destruo a casa, locomia!
arranco seu coro, locomia!"
Com o Gil já dando indícios do comportamento feroz!
Por outro lado era muito companheiro. A gente brincava muito
quando eu chegava em casa e ele me seguia para todos os lados.
Puro charme azulão
Ele também sempre nos acompanhou para a cama no momento de deitar. Desde pequeno adora uma soneca esparramado com a gente ou deita na nossa barriga.
Aprendeu a atender quando eu gritava “Miiiiiii” e saia
correndo e me esperava correr atrás dele. É assim até hoje. O único que atende!
Sempre foi muuuito inteligente e curioso. Não há lugar onde o Panqueca
não chegue, nem nada que ele queira e não consiga. Ele se concentra, estuda
todas as possibilidades e salta assertivo em direção ao seu objetivo.
"Mas o que é isso??"
Sempre foi esbelto. Com porte perfeito, musculosinho, magrinho e
charmoso. É até hoje também, mas descobri que é de família.
Muito sociável e receptivo, ele saia de casa para visitar o
meu pai (comigo, claro), ia brincar com os gatos das amigas, ia visitar a
família (Sapo e mamãe) e chegou a passar ano novo com eles.
refeição em família
Quando o Banzé chegou ele encrencou. Não achou bacana o
tripa seca ocupando seu espaço e garantiu que o Banzé não ficasse na sua casinha
(isso fez até eu trocar todas as casinhas recentemente). Ele pisava no teto até
esmagar o Banzé lá dentro e ele ser obrigado a sair. Bateu bastante no novo
irmãozinho no primeiro dia, mas no dia seguinte voltou a ser o Panqueca pimpão
e já começou a brincar e fazer companhia pra ele.
Hoje eles se dão muito bem. Todos se amam, mas o Banzé, como
ficou mto maior que ele, de vez em quando dá umas porradas nervosas no atletinha. Ele perde em força, mas ganha em inteligência em velocidade. Ninguém
é tão ágil como ele lá em casa. O Banzé dá cabeçadas nas portas e coisas que
quer abrir - força bruta total. O Punk usa patinhas. Como se fosse uma pessoa mesmo. É
impressionante.
MMA
Hoje ele é um gato tranquilo, amoroso e maduro. Enquanto os
outros pintam e bordam, ele assiste e dorme.
Sempre vem me receber na porta de casa. Sempre dorme no meio
das minhas pernas ou num travesseiro do meu lado. Forfa minha barriga e se joga
todo duro no meu colo.
capotado na tranquilidade
Ama ser escovado. É o carinho preferido dele e cuida bem dos
outros. O Banzé tem bronquite. É ele começar a tossir que o Panqueca cola nele
e fica olhando como quem quer dizer: “vai cara, força aí. Qualquer coisa to na
sua retaguarda”.
amando o Banzé
Mais um belíssimo presente de Deus para mim. Ah! Como eu sou
grata!
Que o meu meninão possa me acompanhar mais uns 20 anos nessa
longa estrada da vida e que ele seja mais feliz e mais gostoso a cada dia. Pena
que não estou em SP para dar atum de aniversário! :’(
Deixo vcs agora com um vídeo da última noite do Panqueca na casa da família. Pitiquitos lindos!
http://www.youtube.com/watch?v=fKy7XpBG7FM
Aproveito para mandar todo meu amor pro Sapão, o irmão delicioso do Punk. Que ele tb viva mais 20 anos com a gente nessa longa estrada da vida. Lindo, atleta e carinhoso como é. Aproveito e agradeço uma vez mais a mamãe Nikitinha, por ter me trazido um dos maiores amores que tenho hoje. Alegria e gratidão sem fim.
Sapão e mamãezinha