quinta-feira, 31 de maio de 2012

O problema de ser um pretinho...

Já me chamaram de maluca e radical inúmeras vezes, porque simplesmente afirmo e grito aos 4 ventos sem parar: GATOS NÃO DEVEM TER ACESSO ÀS RUAS! NUNCA!


Podem tentar dizer que é a natureza dos gatos, mas a verdade é que a natureza deles está intimamente ligada ao limite que colocamos para eles na vida.


Mesmo que o gato tenha sido de rua, ele se acostuma facilmente com a vida boa de teto sob sua cabecinha, comida no pratinho, caminha quentinha, amor em doses diárias e paz de não precisar fugir de ninguém.


Eles precisam disso tudo que eu falei acima e não de espaço infinito para se perderem, serem atropelados, envenenados, espancados ou outras tragédias que podem passar com gatinhos que passeiam por aí.


Aproveito para reafirmar que eles tb não fazem sexo por amor. É procriação e instinto apenas, então não há nada de cruel em castrar e ainda ajuda a evitar que eles queiram muito sair de casa. Não vão ter o instinto de seguir uma fêmeazinha por aí.


Pois bem, os gatos pretos que acessam as ruas possuem uma questão ainda maior que os riscos que já citei: eles podem ser roubados para sacrifícios religiosos.


Já riram de mim quando falei que isso acontece. Há, inclusive, quem duvide.




Deixo vcs então com um depoimento que acabei de receber pelo grupo de voluntárias da AUG:


"Estou de luto.....um desabafo e um alerta.
Há seis anos resgatei uma gata e seus 4 filhotes de dentro do meu condomínio e levei pro meu apartamento. Doei os filhotes e um deles dei pra minha sobrinha, a gata mãe está comigo até hoje.
Jimmy, o gato da minha sobrinha ficou lindão: grande, pêlo longo, negro, castrado, forte personalidade e mimado ao extremo. Morando em casa, na  mesma rua há 6 anos.
Ontem foi encontrado morto na praça da esquina... MAGIA NEGRA.
(Abdome aberto, coração pra fora com flores brancas e azuladas. Nenhuma gota de sangue.)
Não vou entrar em detalhes, pois foi HORRÍVEL o que fizeram com ele. Peço à Deus que tenha tido misericórdia e tirado logo seu sofrimento . Não tinha uma gota de sangue.
Minha sobrinha desmaiou e estão todos a base de calmantes.
Estão atrás de possíveis imagens gravadas do ocorrido.
Jimmy  foi muito amado e cuidado, conhecido dos vizinhos e até "colega" do Pitbull que mora em frente.
Jimmy, descanse em PAZ!!!!!!!!!!!!!
Abraços,
Telma"


Sem mais.
Que a consciência e o amor pela vida de cada um seja o juíz desta questão.
Veja aqui um texto que escrevi sobre os preconceitos em relação aos gatos pretos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Atualização sobre o Visita

No dia 30 de março postei uma cartinha escrita pelo Visita (veja aqui), gatinho que visitava a janela de uma amiga minha todos os dias na esperança de um dia ser convidado a entrar.

Pois bem, depois que ele nos enviou a carta, a vida dele mudou radicalmente.

Primeiro ele foi convidado a entrar, mas foi pelo Adote Um Gatinho. Ficou por lá menos de um mês e o melhor e inimaginável aconteceu: Visita virou Morador!!
Foi adotado por um casal suuuper bacana que já tinha um filhote peludo, mas de outra espécie.

O mais legal foi que o Visi, agora chamado de Ozzy ( \m/ ), foi adotado pelo site do AUG e não no abrigo.

No abrigo ele possivelmente conquistaria algum coração pela fofura e simpatia, mas frajolão adulto é a mesma coisa que gato encalhado, ninguém pensou que ele conquistaria sua casa própria sem nem precisar provar que é uma delícia pessoalmente!

U-A-U!

Claro que chegando na casa dos seus pais já mostrou quem é e pelas fotos da entrega já dá pra ver que ele se sentiu morador NA HORA!

No colo da mamãe. lindão e pesadão!

família toda reunida!

Poucos dias depois seus pais mandaram a atualização:

Ele quer fazer amizade com o "brother from another mother", mas o cãozinho morre de medo dele.

Ele está ótimo e deixo vcs com as fotos da nova vida do Visi, ops, Ozzy, para que vcs tirem suas próprias conclusões!




terça-feira, 29 de maio de 2012

Dermatite Psicogênica em Gatos

O Papo com o Doutor de hoje traz um tema bastante interessante.

Você conhece algum animal que se lambe até se machucar?

Existem gatinhos que em muitos casos precisam até amputar o rabo, por exemplo, por conta deste comportamento obsessivo. 

Conheço alguns gatinhos com este problema e devo dizer que é uma angustia sem fim para seus donos.

Uma amiga minha, a Laraue, tem uma gatinha chamada Cristal que lambe uma das patas traseiras até causar  ferimentos e ao longo de quase toda a sua vidinha teve que viver com colar para impedir esta ação.

Agora, depois de muito correr pra lá e pra cá, a gatinha está melhor. Veja aqui o depoimento de uma mãe aflita a respeito do assunto.

A Milena, gata da minha amiga Mariana, tem uma outra mania: arranhar a região dos olhos. A pobre tb oscila entre momentos no mode abajur e momentos de tranquilidade.

Sem mais, veja a explicação do Doutor pro assunto!

Doutor, o que é Dermatite Psicogênica em Gatos?

É uma doença provocada pela lambedura constante do animal em uma determinada região do corpo, causando feridas que são difíceis de tratar.
Conforme os anos passam, a rotina das pessoas de uma maneira geral fica mais intensa e os animais domésticos acabam passando boa parte do tempo sozinhos e recebendo cada vez menos atenção. 

Um ambiente desconhecido, mudança de móveis, viagem, perda de território ou a negligência dos donos desencadeiam algumas sensações como o tédio, o estresse, a depressão e a ansiedade de separação.
Assim como nós, os gatos também resolvem procurar o que fazer nesses momentos e acabam desenvolvendo a mania de lamber uma determinada parte do corpo, normalmente as patas ou o rabo. O que gera lesões provocadas pelos próprios animais.

Por que isso acontece?

Nos gatos submetidos ao estresse, ocorre um aumento dos níveis hormonais e de endorfina gerando um comportamento anormal de lambedura devido ao seu efeito narcótico. As lesões ocorrem mais frequentemente nas patinhas, na região abdominal e no rabo.

Estas lesões podem agravar-se, resultando em infecções secundárias com pus. 

Outros sintomas também correlacionados são: o emagrecimento sem causa aparente, a irritabilidade e mudanças nos hábitos de higiene.

Sinais e Sintomas:

- Lambedura constante e excessiva no mesmo local ( muitas vezes além de lamber o pêlo, o animal também o mastiga);

- Falha de pêlo em uma determinada região;

- Formação de lesão que geralmente apresenta-se circular, devido à alta contaminação da boca  dos animais.

Tratamento

A primeira medida para que o tratamento seja bem-sucedido é a correção do fator desencadeante da doença. 

Não adianta tratar a pele do gato se o cenário e a rotina do animal continuarem o mesmo, pois ele continuará estressado e deprimido. Muitas vezes é difícil encontrar a causa primária e para que isso aconteça é preciso que o dono do bichinho relate todos os detalhes da vida do animal no ato da consulta. 

Pode-se tratar com acupuntura, florais, cromoterapia, aromaterapia e musicoterapia na tentativa de minimizar a ansiedade, depressão e estress.

Como faço para o meu gato não ter novamente?

Como todos os distúrbios comportamentais, as dermatites psicogênicas tem difícil tratamento e podem se tornar recorrentes.  O que se aconselha é deixar sempre disponíveis brinquedos para que os gatos se distraiam quando estiverem sozinhos, e dar o máximo de atenção possível a eles.

Dica!

Excesso de carinho também pode causar esse distúrbio, pois quando o dono vai viajar ou morre, por exemplo, o animal se sente muito abandonado, sente falta de todo aquele carinho e fica com ansiedade de separação, que é onde se iniciam as lambeduras. Por tanto, preste atenção para não pecar por amar demais!


Dr. Leandro Neves Camacho (atende especialmente o ABC!!!)
CRMV/SP 16.029
Contato: 7686-7337

Cristal e seu detestável companheiro de quase um ano de vida - o colar!

Milena, a lindeza que arranha os olhos! Ela tb conhece a vida sendo abajur, como a Cristal




segunda-feira, 14 de maio de 2012

Quentinho é tão bom...

Olá Pessoal.

Tudo bem com vcs?

E este tempo, hein? E este frio?

Não somos só nós que sofremos, não. Nossos bichinhos em casa procuram cantinhos mais quentinhos para dormir e aqueles que moram nas ruas sofrem e nem sempre encontram abrigo contra o mau tempo.

quentinho na cama de mamá!

Muitos animais acabam adoecendo e morrendo nas ruas nesse clima. Eles também ficam gripados e podem até desenvolver uma pneumonia.

Gatinho doente é de partir o coração. Os olhinhos ficam molhados, o nariz escorre caca verde, eles espirram, tossem, perdem o apetite e ficam derrubados.

Atchooooommm nham nham nham nham


Sabia que vc pode evitar que isso aconteça?

Tanto pros gatinhos quanto pros cachorrinhos de rua, você tem como garantir um inverno menos rígido. Quer saber como?

O Adote um Gatinho lançou a sua 4ª Campanha do Agasalho.

Você pode doar uma cobertinha velhinha, uma cobertinha nova, uma blusa, uma caminha, uma toalha, etc. Qualquer coisa que possa ser utilizada para aquecer um peludinho!

Clique AQUI e veja como ajudar. Onde são os pontos de coleta e os resultados das outras 3 campanhas anteriores.

É bichinho quentinho pra mais de metro!

bjs e boa semana!!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Enriquecimento Ambiental para Gatos Domésticos

Vc sabe o que é isso?
Não? 
Pergunta pro Doutor!!


Doutor, o que é Enriquecimento Ambiental para Gatos Domésticos?



Considerados os companheiros ideais da atualidade, os gatos, cada vez mais, estão sendo adotados ou adquiridos como animais de estimação nos grandes centros urbanos.
Silenciosos, pequenos, limpos e independentes por natureza, os gatos têm todas as características para se adaptarem bem aos locais e estilo da  vida moderna.


No entanto, a despeito de terem sido domesticados há cerca de 4.000 – 6.000 anos, com registros mais antigos indicando 9.500 anos, muito pouco foi alterado em sua anatomia e, especialmente, em seu comportamento.


Mediante este fato, são comuns as reclamações de proprietários a respeito de arranhaduras em móveis, urina dentro de casa, atividade excessiva à noite, brigas etc. Muitos abandonos acontecem em função disto. O que esses proprietários não sabem é que essas ocorrências não refletem alterações de comportamento, mas sim, manifestações corriqueiras de seu comportamento natural.


Assim, para tornar esta estreita convivência harmoniosa e saudável para ambos, é fundamental oferecer alternativas que desviem as atividades do animal para locais e/ ou situações aceitáveis, de modo que o comportamento natural do gato não se torne um desconforto doméstico ou que o animal não desenvolva de fato um distúrbio psicológico.


Neste contexto torna-se importante a manutenção de um ambiente adequado e do enriquecimento ambiental (EA). Estudos mostram que para propiciar qualidade de vida aos gatos em domicílios, mais importante do que o tamanho da área disponível é a complexidade do ambiente oferecido. Ressalta-se que para um mínimo em complexidade esta área deverá incluir separação clara entre as áreas de alimentação, descanso e eliminação (fezes e urina). Importante também levar em conta que caso haja mais de um animal, esses poderão ocupar a mesma área, entretanto, deve-se prover uma estrutura que proporcione esta complexidade a todos os gatos. Animais pouco socializados com outros gatos, na tentativa de evitar confrontos poderão, caso a área seja restrita, reduzir suas atividades, iniciando situação de severo estresse.


Uma vez garantido este espaço mínimo adequado, as providências para o enriquecimento ambiental devem, então, ser tomadas.


Por definição, o EA descreve a adição de um ou mais fatores inovadores ao ambiente no qual o animal vive e que sejam capazes de promover o bem-estar físico e fisiológico dos animais envolvidos.


Evidências clínicas demonstram a importância da aplicação de estratégias de EA para gatos domésticos em diferentes ambientes de confinamento ( de internações em clínicas veterinárias a gatos que vivem só dentro de casa), com o objetivo de promover oportunidade para que o gato expresse seu comportamento natural de modo a prevenir ou tratar alterações de saúde correlacionadas a estados emocionais negativos e de ansiedade generalizada, como a doença do trato urinário inferior.


Como fazer:


Opções disponíveis de EA podem ser: incluir outro felino como companheiro, apropriada introdução e socialização com um cão, bolinhas, ratinhos, brinquedos de pendurar, brinquedos específicos para alimentação (esconderijos de comida, labirintos, bolinhas com orifícios, dispensadores de alimento, entre outros para este fim), artefatos para manutenção de temperatura (tecidos e papel picado), tronco de árvore, prateleiras, caixas, brinquedos do tipo túnel, vídeos apropriados para a espécie, janelas para observar a paisagem, catnip, feromônio ( feliway) e outros.


Cuidados devem ser tomados em observar se os efeitos do enriquecimento estão de fato gerando bem-estar. 
Um exemplo típico de como as estratégias podem se tornar um problema se não forem bem acompanhadas é o uso do laser point como entretenimento para gatos. Esse tipo de brincadeira deflagra comportamentos típicos dos gatos, tais como os processos de mobilização para a caça, ou seja, a sequência perseguir e atacar. 


Se observado por este ângulo, conclui-se que o laser point é enriquecedor, uma vez que um dos objetivos do EA é “aumentar a série ou número de comportamentos padrões típicos da espécie”. No entanto, ao mesmo tempo em que oferece esta oportunidade de enriquecimento, ele não permite que o gato complete o processo de caça com a captura adequada, que é importante para consumar este comportamento. 


Mediante isto, apesar do enriquecimento, essa atividade tem grande potencial de desencadear frustração e os comportamentos relacionados a esta.


Outro cuidado importante é em relação a manter uma diversidade dos estímulos, pois os gatos rapidamente se acostumam e deixam de se interessar pelas propostas apresentadas.


Um exame médico completo deve ser feito antes dos procedimentos de enriquecimento ambiental.


O EA pode ser implementado como um primeiro socorro aos gatos que estejam passando por um período curto de estresse, como a estadia em uma gaiola de hospital ou a hospedagem fechada em gatis.


Problemas mais complexos devem ser encaminhados a um veterinário para adoção de um plano de modificação destes comportamentos através de abordagem terapêutica multidisciplinar.


Dr. Leandro Neves Camacho - CRMV/SP 16.029
CONTATO: (11) 7686-7337
pet2homecare@gmail.com







sábado, 5 de maio de 2012

O dia em que eu ganhei o Banzé

Foi há exatamente um ano.

Eram cerca de 16:30h e eu estava passando na praça do metrô para ir para a dentista.

Alí moram muitos gatinhos e eu conhecia todos. Há muito tempo atrás ví um tigrado, mas ele não aparecia com muita frequência. Tem uma turma que só sai à noite, quando o movimento por alí é quase nulo.

Naquele dia ele estava lá, dando sopa. Não sei se era o mesmo ou um recém abandonado, mas ele estava sentado do lado de fora das grades de um estabelecimento enorme onde os gatos encontraram abrigo e olhava na cara das pessoas com aqueles olhinhos de piedade. Olhinhos que estavam machucados naquele dia. Provavelmente por briga com algum parceirinho.

Banzé no primeiro dia em casa - olhos de derretem qualquer coração até hoje

Me aproximei. Eu sempre faço isso para ver se o animal é dócil, se está castrado, se é macho ou fêmea, mas normalmente não consigo pegar. Eles fogem assim que percebem a minha investida. O tigrinho não fugiu. Peguei e ele imediatamente se entregou. Gato de pano, derreteu no meu colo, encostou a cabeça no meu peito e começou a ronronar. Entrei em pânico. Sabia que não conseguiria largar e sair andando. Eu soltava ele pra ver a reação, claro que agarraria se ele ameaçasse ir embora, mas ele não saía de perto de mim. Incrível.

Eu estava num período em que todos os dias procurava um parceiro pro Panqueca, que até então era filho único e atazanado de tão brincalhão e mordedor. Eu passava vergonha com as visitas, pq ele atacava todas as pessoas de unhas vermelhas e escalava pernas por dentro de saias. As vezes eu mesma era obrigada a fugir dele que perseguia meu calcanhar ou qualquer outra parte do corpo na qual pudesse fincar as presas. Ele mordia com mta força, arrancava sangue e por isso tinha sido apelidado de Satanás.

Pois bem, eu me questionava se um irmão para gastar energia não seria a solução dos nossos problemas e daí Deus me deu um presente naquela quinta, 05 de maio de 2011.

Com aquele bichinho raquítico, machucado e carinhoso grudado em mim, comecei a ligar para as pessoas e dizer: "não sei o que fazer, vou levar pra casa, mas vou jantar no meu pai, preciso de um veterinário no caminho, SOCORROOOOO!!!".

Cancelei a dentista, entrei num táxi com o tigrinho no colo e fui pruma pet na Vila Madalena. Ele estava bem magro e tinha ferimentos no rosto. Parecia já ter tido uma casa um dia, porque era muito dócil. Isso nós nunca saberemos, mas ele estava nas ruas há algum tempo, pois era um gato grande e pesado, apesar de muito magro. Dava aflição fazer carinho naquele corpinho e só tocar ossos.

Depois da consulta, onde o veterinário nem pesar o pobrezinho pesou, fomos para a casa do meu pai. Coloquei umas amostras de ração que ganhei no vet, água e tranquei ele no meu antigo quarto.

Ele ficava embaixo da cama e só saía quando eu chegava. Grudava em mim e não largava por nada. Ele se afeiçoou ao Ronny também, meu irmão.

Fomos para casa era noite e eu, inexperiente de tudo, apresentei ele ao Panqueca de cara. O Punk sempre foi brincalhão, eu tinha o hábito de levá-lo para passear, brincar com os gatos das amigas, com a mãe e com o irmão dele e até na casa do meu pai para mudar de ambiente. Ele ADORAVA e nunca arrumava briga com os gatinhos, mas acho que na casa dele a coisa mudava de figura. Ele imediatamente demonstrou a insatisfação dele com muitos FUZZZ e marcação cerrada. Naquela noite o Banzé teve que dormir embaixo da minha cama e o Panqueca no tapete, pra garantir que ele não saísse de lá.

Primeira foto do Banzé em casa

Ele estava comendo bem, bebendo bastante água e parecia contente. O Punk praticou bastante bullying nesse dia e daí em diante todas as vezes, até hoje, que o Banzé entrava na casinha dele, ele pisava no teto até esmagar o gato dentro e ele ser obrigado a sair.

Na manhã seguinte deu tudo certo. O Punk já estava mais gentil com ele. Não saía de perto, estava muito curioso, mas já cheirou focinho e descansaram juntos na janela vendo a vida passar. O Punk aceitou o Banzé rapidamente. Ufa!

Primeira cheirada de focinhos de um com o outro

Panqueca tentanto entender o tigrinho

Descanso na janela no segundo dia

Onde o Banzé ia, o Punk ia atrás - daí nasceu a parceria que acalmou o Punk pra sempre.

Na sexta à noite o Banzé começou a ter diarreias. Ele enrolava meus tapetes da cozinha e fazia um cocô transparente e líquido. Os vets achavam que era a mudança de ambiente ou a adaptação com a ração, porque apesar de tudo ele comia normalmente e também bebia água.

Na terça-feira quem começou a ter a diarreia foi o Panqueca, mas ele ficou bem ruim. Não comia, não bebia água e só dormia. Eu estava angustiada desde que o Banzé começou a passar mal, mas quando o Punk também passou eu soube que era algo mais sério que adaptação e ração.

Corri pra uma vet (hj a veterinária deles) e ela diagnosticou Isóspora. Os dois passaram por um tratamento intensivo mas tudo deu certo.

O tempo foi passando e o Banzé ganhando mais e mais espaço. Ele continuou nos demonstrando afeto sem parar. É um dos gatos mais doces e deliciosos que já conheci na vida. Ele tem um poder de olhar para vc com aqueles olhos de corujo e fazer vc largar o que quer que esteja fazendo para acariciar sua barrigona. É também o mais carinhoso e cuidadoso com o bebê Juquinha. Quando o Juca ainda era micro, ele adotou o nenê como seu e cuidava tanto que chegava a ter ciúmes quando o Panqueca aparecia pra brincar com ele.

Ele tem um  procedimento de atração para ganhar atenção que eu chamo de "Dança do Carinho", porque ele começa a rodear, se jogar de barriga pra cima, levanta, rodeia mais um pouco e levanta em duas patas para se passar em vc. As condições têm que ser perfeitas. Eu preciso estar sentada no chão, mas ele precisa poder fazer uma volta 360º em mim.

Ele também tem o lance do Zé Refoga e é infalível. Toda vez que a refoga estala na panela ele vem ficar doidão na cozinha.

O Banzé cresceu mais que todo mundo. Hoje é um gatão enorme de uns 7kg de pura delícia apertável. Ele se esconde quando gente nova chega, mas já sai rapidinho e ainda vem pedir carinho, se apresentar.

Gigantão ganhando banho do irmãozinho

Eu agradeço do fundo do meu coração TODOS OS DIAS pela vinda do Banzé. Cada um deles me trouxe uma coisa nova. O Panqueca despertou este amor incondicional e a necessidade de lutar por eles, o Banzé me ensinou sobre gratidão e essa ligação que um animal cria imediatamente com uma pessoa que esteja disposta a amá-lo e o Juca, bem, o Juca só comprova todas estas teorias.



Obrigada a Deus por estes seres. Por essa criação tão perfeita.

Que o Banzé complete mais 25 anos comigo e com os seus irmãos. Meu gigantão. O cuidador do Juquinha e o terror no MMA com o Panqueca.

Todo amor do mundo...

Hoje - cabeçudo, grandão e delicioso

Fazendo suas fofurices por aí - olha só o tamanho das patas da criança!


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Situações de Emergência e os Gatos

Existem situações que nem nos nossos piores pesadelos podemos imaginar. Passei por uma delas com meus filhotes na última segunda-feira, dia 30 de abril.

Era por volta de 23h da noite quando o susto aconteceu. Susto é pouco, eu diria PÂNICO.

Estava em casa com meu namorado, meus 3 bebês e mais um casal de amigos. O Panqueca estava deitadão no meu colo. Aqueles momentos raros de prazer infinito quando vc descobre que seu gato te ama mais no frio. Do nada o chão do meu apartamento começou a tremer fortemente e um barulho muito alto de desmoronamento pairava no ar.

Foram cerca de 8 segundos de terremoto*. Passada a tremedeira do chão começou a nossa mobilização. Vizinhos corriam com seus cachorros e gatinhos pelos corredores e então fomos atrás de capturar meus 3 bebês para colocar no transporte e fugir de casa. Quem poderia imaginar que um dia teria que largar sua casa tal e qual está e fugir dela com a roupa do corpo? No caso o modelo era pijama. Deprê total.

As minhas duas caixas de transporte ficam em cima do meu guarda roupa e, por falta de espaço, eu guardo sacos de areia de 4,5kg dentro delas. GRANDE ERRO.

Conseguimos pegar uma das caixas e por sorte o Banzé dormia como quem não quer nada na minha cama. O meu amigo tinha o Panqueca no colo e ele se debatia de medo. Percebeu a extremidade e gravidade da situação pela nossa reação.

O Gil conseguiu pegar o Banzé e colocar no transporte. Soquei o Juquinha com ele enquanto meus amigos se debatiam com a areia entalada dentro do transporte. Não havia mto tempo, então eles sairam correndo com o transporte nas mãos e o Gil me entregou a caixa com o Banzé e Juquinha. Corri para deixá-los já na porta, mas o transporte não estava fechado e eles lutando para sairem de dentro.

Enquanto eu tentava fechar a porta, o Gil levantou a cama, pois o Panqueca, por medo, se escondeu no forro.

Me arrastei no chão e rasguei um pouco mais do forro, o Panqueca fugiu para o outro lado e então consegui agarrá-lo.

O transporte reservado para ele já tinha descido com meus amigos, então o Gil pegou a caixa com o Banzé e com o Juquinha, eu segurei o Punk no colo e descemos 5 andares em meio ao caos de de cachorros assustados soltos nos andares, gritaria e poeira.

Por sorte o Panqueca odeia colo, mas quando está em locais desconhecidos gruda em mim com a certeza de que meu colo é o local mais seguro que tem. Ele sabe.

Desci as escadas apertando ele com força, com medo que ele se assustasse e tentasse fugir de mim. Foram 15 segundos de puro pavor e enquanto descia presenciei um homem correndo atrás do seu gato no corredor do prédio. Ele provavelmente não tem caixa de transporte. Não sei o que se passou, se ele conseguiu agarrar o gato, mas rezo pra quem sim.

Quando chegamos ao térreo meus amigos ainda lutavam com a areia entalada. Conseguiram tirar e eu tentei colocar o Punk dentro. Ele estava com tanto medo que se agarrou em mim como uma criancinha se agarra em sua mãe. É a mesma situação, afinal.

Entramos no carro e ele foi em choque no meu colo. Banzé e Juquinha estavam amuados dentro da caixa.

Fomos para a casa da minha amiga e ela tem duas gatas que são pouco amigáveis. Instalamos meus bebês no banheiro da casa e ficamos por lá naquela noite.

O Gil e o Fábio, nosso amigo, foram  pra Pet Center na Marginal Tietê que é 24hs e compraram ração, bandeja de areia, sachês e o que mais eles precisam para sobreviverem fora de casa.

Os três ficaram extremamente estressados e eu em pânico, pensando em gripe, PIF e outras consequências daquela situação. Realmente no fim do dia nada importa. Estavamos os 5 seguros em outro local, mas não consegui acalmar meu coração sabendo que o Banzé não estava comendo e estava ameaçando vomitar de tanto pavor. Juquinha nenê ficou bem. Comeu sachê por 3 e brincou com bolinhas de papel higiênico.

Eram 6h da manhã e os três investindo fortemente numa fuga do banheiro. Arrancaram lascas e mais lascas de porta. Finalmente decidimos soltar todos e então o Punk ficou feliz. Ele é mto sociável e não estranha nenhum gato fora da casa dele. O Juquinha grudou no banheiro e de lá não saiu e o Banzé, quando resolveu sair todo arrepiado, começou a descer a mão até no Punk. Ele foi quem mais sofreu.

Por volta das 9h da manhã voltamos para casa e eu pude ver a vida voltar pros olhos dos 3. O Banzé parou em frente ao local onde ficam os comedouros e aguardou. Coloquei comida e ele comeu feliz e aliviado. Bebeu bastante água e passaram o restante do dia descansado relaxadamente do stress que sofreram.

Eu até agora fico olhando para eles e rezando para que não fiquem doentes. Até adiei a castração do Juju por conta da queda de resistência que eles devem ter tido.

A lição mais importante que tive disso tudo é: fugir de casa com os gatos deve ser mais fácil. As caixas precisam estar acessíveis e desimpedidas e o processo todo precisa levar menos tempo.

Estou em casa com medo de deixá-los sozinhos e algo acontecer e eu não estar aqui para socorrê-los (ou morrer com eles). Percebi que não existe risco na vida que nos impeça de carregarmos eles para onde quer que seja, então pelo nosso bem fico revivendo uma rota e um itinerário de fuga. Pegar os dois mais fáceis, colocar numa caixa e depois o mais bravinho. Ou vice versa. Enfim. Mto medo.

Pessoas, fiquem atentas. Visualizem se a fuga no caso de vcs é possível e como. Existem outras situações, como incêndio, que podem acontecer com todos nós e então aqueles que amam de verdade seus filhotes perceberão que não existe abandoná-los e salve-se quem puder. Existe apenas salvá-los primeiro e depois a si mesmo.

Desejo que nada disso aconteça com mais ninguém. Estamos todos em casa e eles nem desconfiam do meu medo de ficar por aqui, mas por enquanto é o melhor que posso fazer por eles. Acho que não suportariam um stress como estes novamente.


ps* o terremoto a que me refiro foi causado pelo desabamento de 5 andares de um prédio que fazia parte do complexo do hotel Ca'd'Oro, o qual vejo do corredor do meu prédio.