quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Homenageando o princípio de quem eu sou

Hoje é aniversário de muita gente bacana. Uma delas a minha "madrasta", a Clarisse,  e a outra é o Kurt Cobain.




O Kurt Cobain foi um cara muito importante na minha vida. Muito mesmo. Eu diria que parte da pessoa que sou hoje é por causa dele.

Eu era pequena quando ele morreu, tinha apenas 11 anos e estava começando a tomar consciência própria na vida - ouvir o que eu queria, ter os amigos que eu escolhia, me apaixonar pelos menininhos e acreditar que já era gente grande. Ah vá! Uma pequerrucha cheia de si e com o apoio dos pais para ser e acontecer, pq no fundo eu sempre fui boazinha e ajuizada! :)

Nesta época Nirvana tocava muuuuuito nas rádios e eu fiquei arrasada quando soube que ele tinha morrido. Poxa, meu soon to be maior ídolo do mundo / melhor amigo / irmão / confidente morto? Eu nunca iria num show, nunca teria a "oportunidade" de conhecê-lo? Nunca mais teríamos novas músicas e vídeos? Péssimo.

Pois bem, aos 12 anos mamãe também morreu e me restou uma aposentadoria do governo com a qual comecei a exercer meu gosto através do consumo - eu juntava dinheiro e comprava tuuuudo o que encontrava dele. Revistas importadas carérrimas, bandeiras, CDs, box especiais, fitas cassete, etc. Eu tive tudo quanto era possível se ter na época (e um belo dia, uma pessoa muito má que cruzou meu caminho deu fim em tudo).

Aos 14 eu já era a perfeita "grunge" - descabelada, ruiva, branca pálida, calças largas, all star e camisa xadrex. Eu tb atazanava o papai para me deixar tatuar a cara dele na minha batata da perna. Tinha até a foto decidida:

Kurt e sua arma - obrigada papai por não me deixar fazer a tatuagem! rsrsr

Comecei a ler todas as letras e traduzir. Queria entender o que ele estava me dizendo e por isso, além de hoje falar inglês fluentemente, tenho essa consciência de que parte de quem eu sou é por causa dele e por isso tb que sempre tive a sensação de que ele era meu melhor amigo. Aquele que me entendia, me explicava, me socorria, me apoiava e me acompanhava em tudo. Aquele que fazia música linda de tudo o que eu sentia e não sabia exprimir.

Quando minha mãe morreu eu fiquei muito solitária. Não porque não tivesse uma rede de apoio ou amigos bacanas, mas porquê eu nunca quis incomodar. Sempre fui daquelas que sofre caladinha, quietinha, chora escondido e sufoca tudo no peito, mesmo parecendo rebelde e cheia de confiança.

Nessa época eu e o Kurt nos sentávamos horas todas as noites na varanda do apartamento onde eu morava, no 18 andar, e ficávamos chorando, pensando, rindo, planejando e olhando a vida lá fora.

Luzes, imensidão e muitos, muitos sonhos. Eu até conversava com ele, em inglês, claro!

Eu só queria crescer, queria que aquilo acabasse, aquela dor, aquela sensação de abandono e solidão. Queria me juntar a ele tb. Dark times....

Foi tb nessa época que decidi com o que queria trabalhar, o que valeria a pena fazer todos os dias da vida.

Pois bem. Até hoje tenho muita admiração por ele, por tudo o que ele trouxe ao mundo, por tudo que me disse e me ensinou, mas já não acho mais lindo e poético ele ter se suicidado.

Hoje ele faria 46 aninhos e aposto que estaria trazendo ainda muitas coisas boas para nós.

Queria apenas prestar a minha homenagem. Agradecer este que foi o meu primeiro grande ídolo. Minha loucura de pré e adolescência. Esse cara que me fez amar show, escolher produzir eventos, falar inglês, ser doente por música e ser melhor em alguma coisa, com certeza.

Parabéns e obrigada. Onde estiver, meu amor por você....

E, para não fugir ao tema, ele ainda por cima gostava e tinha gatos, então -  A Vida com Gatos de Kurt Cobain em alguns cliques:






4 comentários:

  1. Nirvana por um bom tempo foi a minha banda favorita. Imagino a importância disso na sua vida. Eu também não tenho mais mãe (quando ela morreu eu tinha 21 anos) e o que eu achei mais interessante é que quando eu era pequena e algumas coisas desagradáveis aconteciam eu pensava igual a você: não via a hora de crescer e me tornar adulta para que todo o medo, solidão e tristeza passassem.
    Beijos

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  2. Eu não sabia que ele era gateiro, fotos legais dele com os gatinhos. E ainda bem que seu pai não deixou fazer a tatuagem...rsrs...acho que esse tipo de decisão é melhor quando já estamos mais definidos como pessoa.
    beijos

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  3. Olha, eu não vou babar horrores pelo Kurt porque ele me lembra um namoradinho maldoso que eu tive na adolescência e que me fez sofrer muito, heheheheh!! Brincadeirinha! Adoro Nirvana até hoje! As letras me ensinaram muita coisa que eu pude aprender para a vida adulta!! A saudade é muita e saber que ele poderia ter feito muito mais me deixa triste!! E fora que o Kurt era gateiro, né, como todas as melhores pessoas do planeta!!

    Beijos!!

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